O Engolidor de Sapos
Respeitável público!
Lúdico, mágico, trágico, cômico,
Frígido, cênico, cínico, cético,
Ácido, cáustico, crítico, crônico,
Rápido, rígido, ríspido, reptil.
O circo estava em chamas.
Amâncio, domador, a maior atração do Solar, na tentativa de prender os animais, foi atacado por dois leões. Ícaro, o habilidoso trapezista, caiu de uma altura de 8 metros, depois que as cordas se romperam, e não levantou mais. Serena morreu pregada na tábua do atirador de facas que jamais errara antes. Os palhaços choravam convulsivamente, enquanto a multidão fugia em pânico. O fogo se alastrava. Era o caos. Deu a louca no dono:
"Voltem! O fogo faz parte do grandioso espetáculo. Vooolteeem!"
Mas depois de alguns minutos, não restava mais nada e nem ninguém. O circo estava em cinzas.
Cândido despertou do sonho como quem nasce outra vez. O dia estava esplendoroso. Ele escovou os dentes durante trinta minutos, como fazia toda manhã, há trinta anos, desde que iniciou a carreira. Mas algo mudara. Não sentiu nenhuma ânsia de vômito naquele dia. Tomou café com prazer, como há muito tempo não fazia. Vestiu-se com delicadeza, sem a tremedeira de costume. Calçou os sapatos, saiu para os fundos do quintal, abriu a portinhola do viveiro e soltou todos os anfíbios.
Cândido se sentia livre. O coachar de tantos sapos era ensurdecedor, mas ele só ouvia o crepidar do fogo no sonho da noite anterior.
Trinta anos engolindo sapos. Ele se cansou da sua arte, e resolveu pôr fim ao espetáculo.
Naquele dia, não hesitou uma só vez no caminho até a tenda. Com passadas firmes e decididas, chegou na hora certa. O circo estava armado.
Lúdico, mágico, trágico, cômico,
Frígido, cênico, cínico, cético,
Ácido, cáustico, crítico, crônico,
Rápido, rígido, ríspido, reptil.
O circo estava em chamas.
Amâncio, domador, a maior atração do Solar, na tentativa de prender os animais, foi atacado por dois leões. Ícaro, o habilidoso trapezista, caiu de uma altura de 8 metros, depois que as cordas se romperam, e não levantou mais. Serena morreu pregada na tábua do atirador de facas que jamais errara antes. Os palhaços choravam convulsivamente, enquanto a multidão fugia em pânico. O fogo se alastrava. Era o caos. Deu a louca no dono:
"Voltem! O fogo faz parte do grandioso espetáculo. Vooolteeem!"
Mas depois de alguns minutos, não restava mais nada e nem ninguém. O circo estava em cinzas.
Cândido despertou do sonho como quem nasce outra vez. O dia estava esplendoroso. Ele escovou os dentes durante trinta minutos, como fazia toda manhã, há trinta anos, desde que iniciou a carreira. Mas algo mudara. Não sentiu nenhuma ânsia de vômito naquele dia. Tomou café com prazer, como há muito tempo não fazia. Vestiu-se com delicadeza, sem a tremedeira de costume. Calçou os sapatos, saiu para os fundos do quintal, abriu a portinhola do viveiro e soltou todos os anfíbios.
Cândido se sentia livre. O coachar de tantos sapos era ensurdecedor, mas ele só ouvia o crepidar do fogo no sonho da noite anterior.
Trinta anos engolindo sapos. Ele se cansou da sua arte, e resolveu pôr fim ao espetáculo.
Naquele dia, não hesitou uma só vez no caminho até a tenda. Com passadas firmes e decididas, chegou na hora certa. O circo estava armado.
3 Comments:
o daniel eh fodão!!!!!!
Grande, Dan! Quem nunca enguliu um sapo na vida?
Seria Cândido uma Fênix?
* a música que não sai da cabeça: "Alô, criançada! O Bozo chegou..."
Doll. Pode usar o "Engolidor". Cuida bem dele, tá?
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