Noite de Pré- Estréia
Acabei de ver "Canta Maria", com trilha de minha modesta autoria. Depois de mais de um ano no processo, essa foi a primeira vez que eu consegui assistir ao filme sem ter que avaliar coisas ou tomar decisões. Surpresa: gostei do filme!
Fazer música para um longa-metragem é o exato oposto de fazer música para um comercial de televisão. Fazer um disco fica no meio do caminho. O comercial de televisão é uma raspadinha, uma loteria instantânea em que é muito rápido você saber se acertou ou errou. A sua recompensa é imediata: a aprovação, o dinheiro no banco. Se errar, também é rápido ver o efeito: os clientes gritando, o atendimento gritando, os criativos gritando, o diretor do filme gritando; você acuado num canto da sala, vendo sua carreira ir pelo ralo, decidindo finalmente ir vender artesanato na escadaria da Gazeta. Ou dar aula de guitarra. Quando você faz um longa, é o oposto, não é loteria: é um processo lento e doloroso, que lembra mais um plano de carreira. A coisa demora muito a fazer sentido. É tudo lento e fragmentado, demora a tomar forma, principalmente no Brasil, onde o dinheiro acaba no começo, no meio e no fim do processo. Quando está compondo e produzindo, você vê o filme umas 457 vezes, mas aos pedacinhos. Você vê ele inteiro na mixagem, e ainda tá preocupado em ver se não tem nada errado, e acaba não podendo ver se tem algo certo. Quando sai a cópia, vc vai assistir de novo, mas sua cabeça ainda tá fragmentada, você mal entende a história. Está ainda preocupado se a emenda da música vai passar de um rolo para o outro, se a música não está muito alta, se você não deveria ter limado aquele trecho, se não deveria ter escrito música para aquela cena que tá seca...
Hoje fazia uns 6 meses que não via a bagaça. E deu pra entender o filme, talvez pela primeira vez, e até que eu gostei da música.
Quem estiver a fim de assistir, veja o site:Canta Maria "O Filme"
Fazer música para um longa-metragem é o exato oposto de fazer música para um comercial de televisão. Fazer um disco fica no meio do caminho. O comercial de televisão é uma raspadinha, uma loteria instantânea em que é muito rápido você saber se acertou ou errou. A sua recompensa é imediata: a aprovação, o dinheiro no banco. Se errar, também é rápido ver o efeito: os clientes gritando, o atendimento gritando, os criativos gritando, o diretor do filme gritando; você acuado num canto da sala, vendo sua carreira ir pelo ralo, decidindo finalmente ir vender artesanato na escadaria da Gazeta. Ou dar aula de guitarra. Quando você faz um longa, é o oposto, não é loteria: é um processo lento e doloroso, que lembra mais um plano de carreira. A coisa demora muito a fazer sentido. É tudo lento e fragmentado, demora a tomar forma, principalmente no Brasil, onde o dinheiro acaba no começo, no meio e no fim do processo. Quando está compondo e produzindo, você vê o filme umas 457 vezes, mas aos pedacinhos. Você vê ele inteiro na mixagem, e ainda tá preocupado em ver se não tem nada errado, e acaba não podendo ver se tem algo certo. Quando sai a cópia, vc vai assistir de novo, mas sua cabeça ainda tá fragmentada, você mal entende a história. Está ainda preocupado se a emenda da música vai passar de um rolo para o outro, se a música não está muito alta, se você não deveria ter limado aquele trecho, se não deveria ter escrito música para aquela cena que tá seca...
Hoje fazia uns 6 meses que não via a bagaça. E deu pra entender o filme, talvez pela primeira vez, e até que eu gostei da música.
Quem estiver a fim de assistir, veja o site:Canta Maria "O Filme"
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